segunda-feira, 3 de outubro de 2011

APROVADO O DIA ESTADUAL DE LUTA CONTRA A MEDICALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO

Foi aprovado no dia 12 de setembro o Projeto de Lei nº454/2011, de autoria do Deputado Estadual Carlos Giannazi do PSOL,  na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
O PL institui o Dia Estadual de Luta contra a Medicalização da Educação, que será celebrado anualmente no dia 11 de novembro, passando a fazer parte do Calendário Oficial de Eventos da ALESP.
A aprovação do dia 11 de novembro como o Dia Estadual de Luta contra a Medicalização da Educação está sendo comemorado por pais, crianças, professores educadores e todos envolvidos nos movimentos contra a medicalização da sociedade.
O fenômeno da medicalização atinge diretamente às crianças, adolescentes e professores, transformando problemas sociais e educacionais em doenças, com o objetivo de individualizar questões coletivas, controlar e silenciar a sociedade e camuflar questões referentes à políticas públicas na área da educação.
Há algum tempo a biologização de questões psicológicas, são divulgadas como verdades científicas, resultando em intervenções invasivas nos indivíduos. Exemplo disso é o recorde de venda de medicações, especialmente as psicoativas.
A lógica biologizante leva a população a acreditar que o ser humano não passa de uma máquina, e basta trocar peças ou utilizar uma medicação para que faça funcionar melhor as engrenagens e tudo ficará bem. Exemplo disso é a droga da obediência.
Salas de aulas lotadas, escolas com instalações em condições precárias, professores sem a devida valorização e motivação.
Politicas educacionais voltadas a produtividade e massificação, no lugar de uma pedagogia libertadora, são reduzidas a patologias individuais denominadas como problemas de aprendizagem.
Pseudodoenças, como Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade e Dislexia com prevalência de até 15% da população estudantil, segundo seus divulgadores, passíveis de tratamento medicamentoso, mesmo na mais tenra idade e nos primeiros anos de escola e Professores com a famosa Síndrome de Burnout. Quem ganha com isso?
Chegou o momento de convidarmos a população à participar das discussões de políticas públicas na área de educação, reinvidicar ensino público de qualidade, garantir a singularidade de nossas crianças e adolescentes, para que tenham um futuro de sucesso e uma vida criativa.
Esse PL foi apresentado à partir de Audiência Pública convocada pelo Deputado Carlos Giannazi em 17 de abril desse ano, com a coordenação do Prof. Dr. Rafael Marmo, psicólogo, militante do Movimento contra a Medicalização da Educação e da Sociedade e outros movimentos sociais, com a presença da Profª Drª Marilene Proença representando o Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade.
O Fórum organiza em novembro, entre 11 e 14 de novembro o II seminário internacional, veja abaixo:




Pais, profissionais de saúde e educação, conselhos profissionais, sindicatos, políticos, movimentos populares e pessoas físicas preocupados com a medicalização da sociedade estão juntando forças no Fórum sobre Medicalização da Educação e da Sociedade, participe também.
Você pode conseguir maiores informações no site do CRPSP abaixo:
http://www.crpsp.org.br/portal/boletim/
Aproveite para assinar o Manifesto de Lançamento do Fórum sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade.
Recomendamos a leitura do livro:
Medicalização de Crianças e Adolescentes "conflitos silenciados pela redução de questões sociais a doenças de indivíduos" Conselho Regional de Psicologia SP - Editora Casa do Psicólogo.
Conheça também o Observatório sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade acessando no lado direito do blog.