quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

CHUPETA E MAMADEIRA NO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA CRIANÇA



O desenvolvimento psicológico, segundo a teoria psicanalítica ocorre através de fases.
Ao chegar ao mundo a criança é portadora de um quantum de energia psíquica, que será utilizada para fazer este trabalho. Ao se desenvolver, esta energia se concentra em algumas partes do seu corpo com a função de intermediar as relações internas e externas.
Na fase inicial a energia vital está concentrada na região da boca e de todas ações relacionadas as principais são a sucção e a amamentação, a chamada fase oral, a qual nos deteremos neste artigo.
Cada fase representa um degrau a ser galgado, e quanto melhor for vivenciada, maior será a sua performance no nível seguinte. Após ter percorrido todos os degraus, a pessoa em sua maturidade irá recorrer às fases anteriores para superar obstáculos e elaborar questões emocionais, descendo assim aos níveis mais primitivos. Caso não tenham sido satisfatoriamente elaboradas as fases, a dificuldade em utilizá-los será maior.
É na fase oral que começa a ser constituído o Ego, que vem a ser a instância psíquica capaz de intermediar os desejos mais profundos e inconscientes com o meio ambiente, fazendo e criando possibilidades de relação com a sociedade, e então facilitar as relações psicossociais.
O Ego busca elaborar conflitos entre as necessidades psicológicas e as possibilidades sociais, daí a sua grande importância na formação da pessoa psicologicamente saudável.
Isto corresponde a dizer que se o aproveitamento do ser-humano ao percorrer as fases do desenvolvimento psicológico for suficientemente satisfatório, estará prevenindo doenças, transtornos psicológicos e dificuldades de relacionamentos futuros.
Para a construção da interação da subjetividade (mundo interior) com a objetividade (mundo exterior) a criança utiliza a relação com sua mãe.
No início desta relação, quando seu ego ainda não está pronto, a criança não consegue diferenciar-se da mãe tendo a sensação de que são uma mesma pessoa por não ter o que chamamos de consciência egóica. Ao pedir água diz:
Bruna quer água. Quando seu Ego estiver construído passará a dizer:
Mamãe, Eu quero água. Identificando a mãe no mundo exterior e trazendo uma necessidade interior, eu e ego são sinônimos, mostrando assim a consciência de si na relação com o outro.
As primeiras relações entre o bebe e a sociedade se dão através da sucção, tendo o seio da mãe um papel primordial.
É na oralidade que a criança se torna consciente de si e toma consciência do outro sendo a amamentação o mediador pelo qual ocorrem essas atividades psíquicas complexas.
Dez mil copos específicos para alimentar os recém-nascidos que por algum motivo não podem receber o leite de suas mães estão sendo distribuídos pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) nos hospitais que possuem banco de leite. Saiba mais sobre essa importante ação e compartilhe com outras pessoas: http://bit.ly/Xutoh4.
Se a amamentação é vital para o desenvolvimento nutricional da criança, o mesmo ocorre para o desenvolvimento emocional, e ambos para o desenvolvimento cognitivo da mesma.
É na amamentação que através do inconsciente, se veiculam conteúdos psíquicos entre a mãe e a criança e podem entrar em contato com seus sentimentos, desejos e percepções.
Durante a amamentação ocorre as primeiras experiências olfativas, auditivas, visuais e táteis, sendo um momento impar para estimulação perceptiva da criança.
Estas experiências são muito ricas e importantes para o desenvolvimento psicológico e cognitivo da criança proporcionando a sensação de proteção e cuidado.
As interferências externas à amamentação podem impedir que ocorram a troca de afetos positivos e tão pouco a elaboração dos negativos.
Em caso de impossibilidade de aleitamento materno, a mamadeira terá a mesma função do seio materno, sendo o primeiro mediador entre mundo interno e mundo externo da criança, possuindo toda a complexidade e importância já relacionados.
Para que o aleitamento por mamadeira seja eficiente devemos manter as mesmas condições utilizadas na amamentação através do seio. O contato da criança com corpo da mãe é importante para ela sentir-se protegida e segura.
Portanto a utilização de mamadeira deve ser feita respeitando a complexidade, a peculiaridade e a importância da amamentação, não devendo ser utilizada para alimentação simplesmente.
Se o uso da mamadeira possui uma importante indicação, a utilização de chupeta não possui nenhuma, ao contrário possui várias contra-indicações.
A linguagem verbal se constitui numa das melhores formas de comunicação do ser-humano e sua formação começa na primeira infância, justamente quando o uso de chupetas geralmente se inicia.
A primeira comunicação verbal da criança ocorre através do choro e na medida que a mãe no relacionamento com o bebe vai decodificando o significado de cada tipo de choro apresentado e o bebe codificando e dando significado a seu choro, o relacionamento entre ambos começa a ser estabelecido.
É através do choro que a criança comunica que está com fome, com sede, que esta suja, ou que está com algum desconforto. A partir desses primeiros passos na comunicação ocorre a evolução para os primeiros sorrisos, daí para as risadas, aos gritinhos, algumas sílabas vão surgindo, até que as primeiras palavras começam a aparecer. E assim o desenvolvimento de sua linguagem vai seguindo seu fluxo natural.
O leitor já deve estar deduzindo o tamanho do entrave no desenvolvimento da linguagem que o uso da chupeta pode representar, principalmente quando é utilizada para fazer com que a criança pare de chorar.
O uso da chupeta será um empecilho para o ritmo de desenvolvimento da linguagem, e um dificultador para que essa forma de comunicação ocorra.
O fato de que na fase oral, a forma de expressão preferencial da criança ser a verbal, é comum falarem usando a chupeta ao mesmo tempo, tamanha a familiaridade desenvolvida pela mesma em se comunicar com este obstáculo. Fatalmente a criança terá dificuldade de expressão verbal.
Outra contra-indicação diz respeito a um fenômeno psicológico desenvolvido por Winnicott, chamado objeto transicional. Este autor considera que entre a subjetividade e a objetividade existe um espaço acolhedor que atua como mediador entre o mundo interior da criança e o mundo exterior, com o objetivo de facilitar a superação das angústias inerentes ao processo de manter as realidades internas e externas separadas, ainda que inter-relacionadas.
Nesta área intermediária de repouso para o indivíduo ocorrem os chamados fenômenos transicionais, que são responsáveis por manter a criança livre de angústias, para que seu psiquismo possa transitar entre uma realidade e outra.
Como já mencionamos, o bebe acredita que a sua mãe é parte de si e exclusivamente sua, a angústia que enfrentaria caso não houvesse esse espaço tranqüilizador seria insuperável ao entrar em contato com tal realidade.
Os fenômenos transicionais ocorrem através de objetos eleitos pelo bebe com a função de facilitar esse trânsito. Os objetos transicionais adquirem o papel tranqüilizador na superação de suas frustrações e acompanham a sua vida com tal objetivo por um determinado tempo, até que seja transferido esse potencial para outro objeto e cada vez que for perdendo força será substituído por outro mais eficiente.
Esses objetos são os mais variados, cabendo aos pais e no futuro aos educadores apresentar às crianças objetos saudáveis e compatíveis com cada fase do seu desenvolvimento.
A chupeta por estar ligada a sucção na fase oral do desenvolvimento, facilmente sera escolhída como objeto transicional.
Os pais em pouco tempo ao perceberem esse potencial tranquilizador do objeto transicional passam a utilizá-la como panacéia para resolver todo e qualquer momento de ansiedade e angústia do bebe e muitas vezes deles mesmos.
Se ao término da amamentação ou para interrompê-la usa-se a chupeta , a mãe estará substituindo as carícias, a conversa, os toques e a atenção ao bebe.
No seu desenvolvimento o bebe, a criança, o adolescente e depois o adulto, terá dificuldade em conhecer diversas possibilidades para o enfrentamento de obstáculos e frustrações, por não terem experimentado várias formas de lidar com a angústia e ansiedade, vivenciando uma dependência da chupeta, muitas vezes até a adolescência.
Portanto, cuidado pais com as chupetas e mamadeiras.23/07/2009

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

30 horas está no executivo para ser sancionada. O PSICÓLOGO E CARGA HORÁRIA.

Há mais 50 anos foi regulamentada a profissão do Psicólogo, nesses anos avançamos muito no imaginário popular e na participação da sociedade. Somos reconhecidos profissionalmente pela população, a Psicologia é chamada a contribuir nas transformações sociais e ouvida nas questões importantes referente a qualidade de vida das pessoas. Os vários segmentos da Psicologia participam de forma efetiva nos grandes movimentos sociais, tais como o da Luta Antimanicomial, Crianças e Adolescentes, Efetivação do SUS e Implentação do SUAS, LGBTT entre muitos outros.
Realmente estamos de PARABÉNS e devemos nos orgulhar de tamanho avanço, que nos dá muito mais responsabilidade com a comunidade e o futuro do Brasil e sabemos que vamos contabilizar nos próximos anos mais participação e com isso mais responsabilidades.
Duas outras questões precisaremos enfrentar com grandeza, articulação e respeito à diversidade de pensamento;
Uma é a discussão do piso salarial do Psicólogo, que tramita no Congresso a passos de tartaruga e infelizmente não temos um Deputado ou Senador que milite pela questão com o mesmo empenho que militam por outras causas. Todavia em relação ao piso parece que temos consenso e acredito que com uma campanha de mobilização possamos pressionar os parlamentares. O ideal é que elegêssemos algum deputado da categoria, outras profissões utilizam tal estratégia e me parece ser muito eficaz;
Outra questão é a carga horária, aí não conseguimos nos entender. Uns defendem 30 horas semanais, outros 20.
Temos peculiaridades no exercício da Psicologia, não é possível defendermos carga horária única profissional, as entidades precisam ouvir os Psicólogos e fomentar uma grande discussão.
Enquanto em algumas especialidades o Psicólogo consegue exercer suas atividades por 30 horas em outras se torna insalubre ir além das 20.
É o caso de Psicólogos que atuam na área da saúde em hospitais, clínicas, caps e outros. Trabalhar nesta área numa mesma instituição mais de 20 horas pode provocar perda de qualidade no trabalho e provocar doenças.
Enquanto não tomamos uma posição os profissionais são contratados para trabalhar na maioria das vezes por 40 horas semanais. Sem contar que na atual situação não temos respaldo legal para qualquer reivindicação e negociação.
Embora seja contra a carga horária única para o Psicólogo considero um avanço a conquista das 30 horas semanais,.Estrategicamente o momento é de união para esta conquista, da mesma maneira como os colegas Assistentes Sociais obtiveram a carga horária sem a redução de salário.
Um grande abraço a todas Psicólogas e Psicólogos, Parabéns pelas conquistas e força para os próximos desafios.
UNIÃO PELA CARGA HORÁRIA DE 30 HORAS SEMANAIS SEM REDUÇÃO DE SALÁRIO.
 28/01/14(atualizado)

domingo, 5 de janeiro de 2014

Manifestação do Conselho Nacional de Saúde contra o ATO MÉDICO 2



         O Conselho Nacional de Saúde se manifesta preocupado com o fato do Projeto de Lei 6.126/13 estar pautado para votação na Câmara dos Deputados. O PL, que visa regulamentar aspectos da categoria dos profissionais de medicina, apesar de desconsiderar dispositivos do antigo PL do Ato Médico, continua ferindo “princípios constitucionais de igualdade ao propor que os atendimentos, as avaliações e diagnósticos sejam feitos de forma diferenciada entre pacientes da rede privada e pública do SUS”.

         O CNS pede que, antes da votação, seja aberto um diálogo transparente e aberto com a sociedade.

         Leia a nota do Conselho Nacional de Saúde